Um pouco de poesia
"Sou vil, sou reles, como toda a gente,
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me?Sou quem todos são
Modificar-me? Para meu igual...
-Acaba lá com isso, ó coração!"
Álvaro de Campos
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me?Sou quem todos são
Modificar-me? Para meu igual...
-Acaba lá com isso, ó coração!"
Álvaro de Campos